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Opinião Contemporânea: "Uma Cápsula do Tempo em Paris" de Elle Carey

maio 01, 2018 Inês Santos 0 Comments


Uma Cápsula do Tempo em Paris chegou cá em inícios de Março com óptimas recomendações de quem já o tinha lido. Com isto, gerou-se toda uma expectativa positiva e por isso quando o comecei a ler e me deparei com uma escrita algo "verde" (isto é, pouco madura, sem grande fluidez ou naturalidade) fiquei bastante desiludida. Eu não sou escritora, mas sou leitora de livros suficientes para comparar escritas diferentes, formas de conduzir acções ou diálogos diferentes, e a maneira de Elle Carey (ou de quem traduziu) não foi compatível com os meus gostos infelizmente.
Achei tudo demasiado forçado, a relação de Cat com Loic, além de ser óbvia não teve qualquer faísca ou empatia, já para não falar da relação de Cat com o seu namorado Christian e restante família e amigos! Esta última relação só mostrou o quando a personagem tem uma personalidade fraca e frágil, demasiado boazinha até para dizer não ao namorado. Para além de Cat dizer que sente saudades, as acções provam outra coisa. Além disso, a autora tem a mania de colocar os telefonemas entre eles ao mesmo tempo que alguma coisa importante acontecia, o que me irritou solenemente.
Este romance é para alguém que goste de vintage, moda e decoração, visto que está cheio de descrições do género e a própria personagem principal é fortemente adepta. Logo aí, as descrições da sua roupa e depois do apartamento em Paris acabaram por ser enfadonhas, não só pela temática como pela exaustão de todos os pormenores.
Cat mantém-se sempre presa a Paris, o que para mim foi um ponto positivo já que visitei a cidade há pouco tempo e adorei, por isso qualquer pormenor referente à cidade para mim foi um ponto bastante animado no meio de tudo o resto.
A família de Loic, principalmente Sylvie, pareceu-me também algo exagerada. Penso que de quem eu gostei mesmo, para além de Loic, foi de Isabelle, que apesar de falecida está bastante presente, tanto em memórias como em poucas cartas.
Gostei da ideia do apartamento intocado durante tantos anos e do valor do quadro e da sua descoberta. Gostei da temática das vinhas. Mas não gostei da mistura de línguas no livro, com tradução logo a seguir. Já sabemos que isto é um livro traduzido, por isso apesar de perceber a ideia, o facto de usar francês pelo meio e depois a tradução faz com que torne os diálogos repetitivos, até porque usam muitas palavras monossilábicas que nos faz querer dizer "anda lá com isso, já percebemos!". Repetitivos também são os momentos de "para quem fica o apartamento", não havendo evolução de nenhuma das partes.
Vi agora que este é o primeiro livro de uma saga de três, mas apenas este é baseado em factos verídicos. Hum, não seria melhor publicar apenas este? E os restantes à parte?
Li até ao final, porque me comprometi com a editora, mas a minha opinião mantém-se: a autora precisa de mais experiência no que toca a colocar no papel as suas ideias e a sua história.

Baseada em factos verídicos, esta é a história de um luxuoso apartamento em Paris abandonado durante setenta anos. E dos segredos que a sua herdeira vai descobrir.
A fotógrafa nova iorquina Cat Jordan lutou muito para se libertar do passado. Quando finalmente se sente pronta para iniciar uma nova vida com o seu namorado, é informada de que é a única herdeira de Isabelle de Florian, uma mulher francesa que nunca conheceu.
Cat chega a Paris à procura de respostas e descobre que é a proprietária de um apartamento da Belle Époque perfeitamente preservado, e que a família de Isabelle nada sabia desta herança. Afinal quem foi essa mulher? E porque lhe deixou o apartamento a si e não à própria família?
À medida que segredos há muito enterrados começam a ser desvendados e a atração pelo neto de Isabelle se torna tão intensa que é impossível de ignorar, Cat terá de decidir qual das suas duas vidas quer deixar para trás.

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