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Opinião Contemporânea/Young-Adult: "O Ódio Que Semeias" de Angie Thomas

abril 08, 2018 Inês Santos 0 Comments


"ESTE LIVRO IMPORTA. É IMPORTANTE"

Aqui está uma obra que nos marca pelas emoções que coloca em nós, pelo que nos faz sentir e pelo que nos faz pensar e meditar. É uma obra cheia de verdades, descrições cruéis que nos fazem sentir uma dor quase física.
Adorei por isso as verdades cruas e nuas que a autora descreve com tanto pormenor. A cena da morte de Khalil foi lembrada ao longo do livro, mas esta foi de tal forma descrita que não precisava de referências para me relembrar dela. Foi marcante sem dúvida. Faz-me pensar que é algo que acontece todos os dias, não só com pessoas negras, mas também com outras raças e realidades, o que me deixou com um sentimentos enorme de tristeza e impotência.
Adorei a personagem principal, Starr, por ser tão simples e com bom coração. Destituída de futilidades, com uma consciência verdadeira, coração mole, e que nos mostra a diferença entre ser racista conscientemente ou inconscientemente. É um personagem bastante jovem, mas que nos demonstra maturidade tanto em pensamentos como em acções. Uma personagem com a qual queremos identificar-nos pelos bons e maus motivos, pelos bons e maus momentos.
Não é de propósito que este ano tenho lido tantos livros com este tema sobre racismo, mas agora que comecei quero continuar, porque tal como li no livro de Jodi Picoult muitas vezes podemos ser racista sem querer ou podemos ter tanto medo de o ser que acabamos por pôr as mãos pelos pés. Quero por isso saber as verdades. Quero sentir através de um livro ou da história de Starr, um ínfimo do sofrimento destas pessoas. Os meus olhos estão-se a abrir cada vez mais e confirma-se o que não querem ver. Mas espero que lendo estas obras, sentido empatia e compreensão e sentindo vontade de ajudar de alguma forma me ajude em vários campos de conhecimento
Adorei as cenas mais movimentadas, as referências musicais e até as suas explicações. Adorei a evolução de Starr que mostrou muitos tipos de coragem e de boas acções. A minha personagem feminina preferida até agora!
Adorei os seus irmãos, os seus pais, os seus vizinhos. Adorei conhecer as suas duas realidades, tanto no chamado "gueto" como na escola. Adorei o novo olhar que Angie Thomas nos lança sobre o primeiro, lançando-lhe uma luz diferente que mais uma vez nos corrige as ideias que nos foram colocadas na cabeça.
Adorei o pouco romance que encontramos neste livro, porque juntamente com a relação entre a mesma raça, também pode haver amizade e amor entre raças diferentes, e aqui encontramos inúmeros casos desses.
Achei que o namorado de Starr andou ali um pouco perdido no fim, mas gostei bastante dele e das suas atitudes.
O Ódio Que Semeias é um poço de boas surpresas, óptimas personagens, maravilhosas atitudes. Tem também o seu lado negro que não deixa de ser bom porque torna este livro importante de ler. Acho que a primeira citação que encontramos na contra-capa é o melhor elogio a esta obra e é sem dúvida a melhor descrição para a história de Starr e de muitos adolescentes e até mesmo adultos que não merecem nada do que as vida lhes trás.
Preparem-se para sofrerem, mas para terminarem com um coração sarado e derretido.
"Cartas de amor na sua forma mais simples"
Starr tem 16 anos e move-se entre dois mundos: o seu bairro periférico e problemático, habitado por negros como ela, e a escola que frequenta numa elegante zona residencial de brancos.O frágil equilíbrio entre estas duas realidades é quebrado quando Starr se torna a única testemunha do disparo fatal de um polícia contra Khalil, o seu melhor amigo. A partir daí, pairam sobre Starr ameaças de morte: tudo o que ela disser acerca do crime que presenciou pode ser usado a seu favor por uns, mas sobretudo como arma por outros. 

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