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Opinião Sobrenatural: "O Circo dos Sonhos" de Erin Morgenstern

fevereiro 02, 2018 Inês Santos 0 Comments



A MAGIA NÃO ESTAVA NO AR

A quinta leitura do ano e do mês não variou muito das anteriores. Já tinha este livro há algum tempo na biblioteca, mas só agora, graças a uma leitura conjunta, é que decidi pegar-lhe. Curiosamente tinha ideia que toda a gente o tinha adorado, mas as minhas parceiras de leitura foram todas muito unânimes nas opiniões e todas muito semelhantes à minha.

Erin Morgenstern é uma entusiasta das descrições e por isso todo o livro é maioritariamente texto, o que acabou por correr um pouco mal. Eu que nem sou fã de circos, fiquei cheia destes até à ponta dos cabelos. Circo, circo e mais circo. Nem sei como é que escrever esta palavra ainda me faz algum sentido. É um circo original e diferente de todos os outros, mas não abusemos.

A questão da magia, as tendas que os pombinhos vão criando um para o outro quase como cartas de amor em vez de competição como os seus mentores vêm e querem ver, os vários tipos, as várias personagens, foram das poucas coisas que adorei. A originalidade está lá, mas como só temos pequenos vislumbres desta acabamos por a esquecer depois de ler vários capítulos de cenas ou cenários sem interesse.

Celia e Marco, os irmãos gémeos, foram bons ingredientes, mas mesmo assim não conseguiram salvar este projecto, pelo menos para mim.

Alguns acontecimentos mais trágicos apanharam-me de surpresa, mas para quem descreve tanto falhou redondamente porque (CUIDADO SPOILER) na primeira morte até tive que voltar para trás já que não tinha percebido o que tinha acontecido.

O romance entre Celia e Marco é verdadeiramente amoroso e gostei bastante de os conhecer, por isso é que acabei por não dar uma estrela, porque não me arrependo deste pormenor.
A personagem do relojoeiro parecia prometer, mas até essa foi desperdiçada.

De resto, penso que não tenho muito mais a acrescentar.
Acho que esta história podia ter sido muito mais se a autora não se tivesse cingido tanto ao circo e até tivesse desenvolvido histórias paralelas em vez de esmiuçar até à exaustão esta questão e da relação dos dois mágicos principais. Tudo espremido não tem grande material.

Um misterioso circo itinerante chega sem aviso e sem ser precedido por anúncios ou publicidade. Um dia, simplesmente aparece. No interior das tendas de lona às listas pretas e brancas vive-se uma experiência absolutamente única e avassaladora. Chama-se Le Cirque des Rêves (O Circo dos Sonhos) e só está aberto à noite.
Mas nos bastidores vive-se uma competição feroz – um duelo entre dois jovens mágicos, Celia e Marco, que foram treinados desde crianças exclusivamente para este fim pelos seus caprichosos mestres. Sem o saberem, este é um jogo onde apenas um pode sobreviver, e o circo não é mais do que o palco de uma incrível batalha de imaginação e determinação. Apesar de tudo, e sem o conseguirem evitar, Celia e Marco mergulham de cabeça no amor – um amor profundo e mágico que faz as luzes tremerem e a divisão aquecer sempre que se aproximam um do outro.
Amor verdadeiro ou não, o jogo tem de continuar e o destino de todos os envolvidos, desde os extraordinários artistas do circo até aos seus mentores, está em causa, assente num equilíbrio tão instável quanto o dos corajosos acrobatas lá no alto.

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