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Opinião Suspense: "A Rapariga de Antes" de J.P. Delaney

janeiro 03, 2018 Inês Santos 0 Comments



Primeiro livro lido de 2018.

Terceiro livro na categoria de suspense nesta minha maratona.

Desde já posso dizer que não foi tão bom como o segundo, O Homem de Giz de C.J. Tudor, nem tão mau como o primeiro, A Mulher do Camarote 10 de Ruth Ware.

Penso sinceramente que o título não está certo. Não achei que "a rapariga de antes" fosse o cerne, mas sim o n.º 1 de Folgate Street. É nele que se passa a maior 90% das cenas, principalmente as melhores, por isso acho que merecia ter sido colocado ainda mais em destaque.

Emma é sem sombra de dúvida a personagem do antes, mas o que mais me surpreendeu na história foi que até somos enganados pela sinopse que nos sugere que apenas existe esta. Todo o livro nos leva ao engano, e tal como em O Homem de Giz, vamos ser surpreendidos aos poucos e poucos, até pelas personagens que já achamos que conhecemos tão bem.

Ao ler estes livros fico com a sensação que nenhum deles foi escrito de forma premeditada. O que parece é que personagens e acontecimentos vão sendo adicionados à história à medida que são necessárias mais peças, mas peças para confundir o leitor! Se é mau? Por um lado é, porque as "culpas" vão sendo distribuídas por diferentes personagens dando ideia de uma linha de raciocínio ou até temporal muito rabiscada, pouco coerente. Por outro lado, temos surpresas garantidas e labirintos bem complicados com muitos becos sem saída. Muitas portas fechadas que só mais à frente vão sendo abertas.

Em relação ao conjunto de personagens apresentado, Emma foi a primeira com a qual não consegui criar qualquer empatia. Apesar do trauma, não achei que fosse uma personagem que me fosse surpreender pela positiva e à medida que vamos avançando na história cada vez gosto menos dela. O mesmo com o arquitecto.
Jane acabou por me encantar um pouco, mas curiosamente nem com esta criei qualquer ligação. Definitivamente a culpa não foi de Delaney. Quer dizer, foi se o objectivo do autor era este: criar personagens tão complexas que nos fazem duvidar de tudo o que elas dizem ou fazem.
Simon é outro personagem que nos engana muito bem, apesar do autor ter dado uma única pista (que me lembre ou até que me tenha apercebido) mas que é tão subtil que mal damos conta.
A psicóloga, tal como os colegas de trabalho das várias personagens, foram óptimas pistas para a história avançar e ficar "mais iluminada".

Não gostei muito das partes em que há refeições (peixes vivos!). Mas gostei do conceito da casa e da influência japonesa. O nº1 de Folgate Street é sem dúvida qualquer coisa especial, mas também o seu arquitecto vai ser. Não vou desenvolver esta parte porque toda a sua descrição vai ser apresentada logo de inicio. As avaliações psicológicas e o inquérito eram originais até percebermos o seu significado.

Os finais (mini-spoiler) foram inesperados, o que dão sempre aquele acabamento bem docinho a uma refeição que já nos deixou de barriga cheia e a suspirar de satisfação.

Curiosamente, ou não, encontrei pontos em comum com um dos dois livros lidos anteriormente. O facto de uma personagem desta obra e outra d'A mulher do Camarote 10 terem sido assaltadas e terem ficado bastante traumatizadas.

Estou curiosa com a sua adaptação cinematográfica principalmente por causa do realizador (Ron Howard). Não é um thriller psicológico perfeito, mas lê-se muito bem e deixa-nos contentes por o termos adquirido e lido.

«Por favor, faça uma lista de todos os bens que considera essenciais na sua vida.»O pedido parece estranho, até intrusivo. É a primeira pergunta de um questionário de candidatura a uma casa perfeita, a casa dos sonhos de qualquer um, acessível a muito poucos. Para as duas mulheres que respondem ao questionário, as consequências são devastadoras.EMMA: A tentar recuperar do final traumático de um relacionamento, Emma procura um novo lugar para viver. Mas nenhum dos apartamentos que vê é acessível ou suficientemente seguro. Até que conhece a casa que fica no n.º 1 de Folgate Street. É uma obra-prima da arquitectura: desenho minimalista, pedra clara, muita luz e tectos altos. Mas existem regras. O arquitecto que projectou a casa mantém o controlo total sobre os inquilinos: não são permitidos livros, almofadas, fotografias ou objectos pessoais de qualquer tipo. O espaço está destinado a transformar o seu ocupante, e é precisamente o que faz…JANE: Depois de uma tragédia pessoal, Jane precisa de um novo começo. Quando encontra o n.º 1 de Folgate Street, é instantaneamente atraída para o espaço —e para o seu sedutor, mas distante e enigmático, criador. É uma casa espectacular. Elegante, minimalista. Tudo nela é bom gosto e serenidade. Exactamente o lugar que Jane procurava para começar do zero e ser feliz.Depois de se mudar, Jane sabe da morte inesperada do inquilino anterior, uma mulher semelhante a Jane em idade e aparência. Enquanto tenta descobrir o que realmente aconteceu, Jane repete involuntariamente os mesmos padrões, faz as mesmas escolhas e experimenta o mesmo terror que A Rapariga de Antes.

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