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Opinião Suspense: "A Mulher do Camarote 10" de Ruth Ware

janeiro 04, 2018 Inês Santos 0 Comments



Começando por uma personagem que é jornalista e supostamente quer muito subir na carreira, Lo Blacklock é uma profissional muito incompetente, o que não abona em seu favor nem nos faz gostar logo dela. Por isso quando a história vai avançando a empatia não é muita, principalmente quando ela tem todos os sinais que não é uma pessoa psicologicamente certa. O que será certamente o objectivo de Ruth Ware. Fazer-nos duvidar de tudo, tanto dos personagens envolvidos, como do cérebro da protagonista, para que assim todas as nossas certezas sejam abaladas aos poucos ou até de uma vez.

A Mulher do Camarote 10 foi então um bom livro para começar esta minha maratona ou iniciação dos livros do género.

Não foi tão bom como quis, porque acabei por lhe dar apenas duas estrelas, o que é abaixo da média, pelo que percebi pelas opiniões de outras leitoras. Muitas falam em "ambientes claustrofóbicos", mas apesar de compreender o que querem dizer e concordar que a autora quis de facto sublinhar essa sensação, eu não senti nada de especial em relação aos espaços fechados a que a personagem foi forçada a permanecer. Talvez por pensar que ela estava a exagerar nas suas descrições? Provável. Mas de facto esta psicologia seria importante para uma maior ligação com a história e até com Lo, mas comigo não resultou.

Apesar de ter demorado um pouco a ler este livro, agora que faço um resumo na minha cabeça do que li, acho que não tem grande história para se contar, sendo até bastante simples.

O que mais gostei foi quando começamos a conhecer o lado "fora do barco", o lado do namorado. Aí sim o interesse aumentou, porque deixamos de estar confinados ao barco e àquelas personagens para conhecermos um outro lado da história, esse que finalmente me surpreendeu. Não vou dizer que após o primeiro incidente em que Lo é desacreditada não fui surpreendida, mas essa informação já se encontrava na sinopse, portanto foram vários capítulos de confirmação e não de acrescento à história. Ficamos sim a conhecer novos personagens, mas mesmo estes não vão adicionar nada também. Espero não estar a ser muito crítica, mas depois de ler outros dois livros de suspense, continuo a achar que classifiquei bem e que comparando este é um pouco mais fraco, desde o enredo às personagens. Até o cenário principal.

O final foi bom, mas já estamos um pouco preparados, portanto não houve grande surpresa. Talvez uma outra morte melhorasse? De qualquer forma, a escrita é fluída e a leitura seria rápida se tivesse tido mais tempo.

Tudo começa com um convite inesperado para uma viagem de sonho. Lo Blacklock, jornalista, recebe um convite irrecusável: acompanhar a primeira viagem do cruzeiro de luxo Aurora Borealis. O serviço é exclusivo e a bordo estão vários empresários e pessoas influentes da sociedade. No entanto, a viagem ganha outros contornos para jornalista. Certa noite, testemunha aquilo que acredita ser um crime no camarote ao lado do seu.
Desesperada, denuncia o ocorrido aos responsável pela embarcação. Ninguém acredita na sua versão pois todos os passageiros continuam no navio. Blacklock decide investigar o crime por conta própria. Colocando a carreira e a própria vida em risco, ela não vai descansar enquanto não encontrar resposta para o mistério do camarote 10.

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