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Opinião Policial/Contemporânea: "Sem Medo do Destino"

janeiro 08, 2018 Inês Santos 0 Comments



Para terceira leitura do ano decidi voltar a pegar num livro de uma "velha amiga". Quando comecei nestas andanças das leituras, eu era fã de Nora Roberts, adorava e devorava todos os seus romances, defendia-a com unhas e dentes. Mas não mais. Entretanto conheci outros autores, outras formas de escrita, outras histórias, indo colocando esta escritora cada vez mais para o fundo da lista. Só que por esta altura já eu fazia colecção das suas obras e a maior parte da minha biblioteca (nessa altura) era maioritariamente preenchida por elas.
Hoje em dia ainda tenho um grande número e por isso decidi ler novamente algo dela. Com uma sinopse a prometer um romance muito policial o entusiasmo foi grande, mas este mesmo entusiasmo foi esmorecendo à medida que fui lendo. Ora, após ler obras como a de C.J. Tudor ou J.P. Delaney, Sem Medo do Destino está longe de ser um romance cheio de suspense.
Nora Roberts, como eu já não me recordava, abusa nos pensamentos das personagens e como a narra na terceira pessoa acaba por fazê-lo duplamente com os seus dois protagonistas. 90% do livro é romance, 10% suspense/mistério. Temos crime, temos um mau da fita, temos uma revelação final (esta sim uma surpresa), mas também temos muito romance óbvio.
"Jorra três vezes para dentro dela" - expressões como estas estragaram algum clima mais romântico que estivesse a sentir, acabando com a pouca química que sentia com esta parte da história.
Aqui o mau da fita é um padre (calma, é o nome que deram ao assassino, não estou ainda a dar pistas nem a fazer spoiler), portanto temos citações da bíblia numa quantidade razoável. Mas, curiosamente, o que mais me desagradou, foi o facto de Tess, a protagonista psiquiatra, se manter sempre na defensiva e apoiar "a doença" do assassino. Portanto, aqui temos dois temas com os quais eu não me identifico minimamente: religião e defender assassinatos (ou atitudes graves) com doenças psiquiátricas. Aqui, o que posso ceder, é que apesar de não haver empatia com a história, pelo menos consegui sentir antagonismo perante toda a defensiva.
Não terminando por aqui, a autora insistiu demasiado em histórias paralelas, como a questão de Joey, um doente psiquiátrico de Tess, e a questão de Josh, o irmão de Ben, que por sua vez culpa o psiquiatra pela sua morte.
De qualquer forma, pelo meio temos algumas cenas policiais, que para mim, juntamente com o final, foram os pontos altos do livro.
A capa é outro ponto que gostava de deixar aqui bem claro que não condiz em nada com o interior do livro! A versão brasileira, tal como o título (Pecado Sagrado), têm muito mais a ver com a história de Tess e Ben, ou pelo menos o crime que supostamente partilha o protagonismo com este casal romântico que não têm nada em comum.
Sinceramente, vou fazer mais uma longa pausa desta escritora que tanto gostava e que agora tenho que dizer que me entedia bastante, ao ponto de ter que resistir imenso a não ler na diagonal ou a saltar capítulos. Este facto deixa-me um pouco triste, porque a memória que eu tenho é que agora mesmo muito estes romances e agora vejo-me a tolerar cada vez menos ler algo assim.

Nos indolentes dias de verão, uma intensa vaga de calor é a maior notícia na cidade de Washington – mas a meteorologia é ignorada quando uma jovem é encontrada estrangulada.
Mais duas vítimas se seguem e subitamente todos os grandes jornais falam no assassino a quem chamam “O Padre”. Quando a polícia requisita o auxílio da psiquiatra Tess Court, ela apresenta o retrato-perfil perturbador de uma alma perversa para definir o criminoso.
Mas o Detetive Ben Paris não quer saber da psique do assassino – o que ele não consegue ignorar é Tess.
Confiante e atraente, Ben tem uma lendária reputação como mulherengo, mas Tess não reage a Ben como as outras mulheres, tornando o desafio de a conquistar muito mais aliciante.
Enquanto Ben e Tess se associam como parceiros nesta perigosa missão, a chama da paixão acende-se… No entanto, alguém mais tem o olhar enfeitiçado pela bela psiquiatra loura, e talvez ninguém consiga impedir a próxima tragédia.

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