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Opinião Young-Adult: ''O Sol Também é Uma Estrela'' de Nicola Yoon

novembro 16, 2017 Mafi 0 Comments



Da mesma autora de ''Tudo, tudo e nós'' que eu adorei mas a Ne já não gostou tanto, li em Agosto o ''O Sol Também é Uma Estrela'' que saiu agora em Portugal.

Wook.pt - O Sol Também é Uma EstrelaO livro conta a história da Natasha, uma jovem de 16 anos que aos 8 anos se mudou com a família para os Estados Unidos. O pai, que tinha o sonho de se tornar num actor, veio primeiro para os USA e passado uns anos, a restante família da Natasha (ela e a mãe) seguiram os passos do pai, sendo que o irmão mais novo já nasceu com cidadania americana. O que acontece é que tanto a Natasha como os restantes familiares são emigrantes ilegais e estão em vias de serem deportados, portanto o livro começa no último dia de Natasha na América, tentando apelar aos serviços de migração para que não seja deportada.

Numa dessas reuniões com um advogado ela conhece Daniel, filho de pais coreanos e que já tem toda a vida planeada (pelos pais claro). Com uma educação rigorosa, os pais de Daniel sonham que ele torne-se um médico e entre para as melhores faculdades do país, Claro que não é nada disto que Daniel ambiciona, sendo que o ele realmente quer fazer da vida é ser poeta, algo inaceitável para os pais.

Quando Daniel e Natasha encontram-se pela primeira vez, não temos aqui o típico amor a primeira vista (e ainda bem). O que achei curioso neste livro é o Daniel ser todo sonhador e romântico (daí querer ser poeta) e a Natasha (talvez pela situação em que se encontra) não tem tempo para romances e é muito mais pragmática e ''resolvida da vida'', até porque é ela que tenta com que a família não seja deportada, enquanto a mãe dela já aceitou o destino de serem expulsos do país.

O livro é contado não só pelo ponto de vista da Natasha e do Daniel mas também pelo ponto de vista de todas as pessoas com quem eles se cruzam, desde a segurança da embaixada dos USA, até ao advogado, Não são pontos de vista muito longos e a maior parte nem passa de um capítulo, apenas ficamos com a visão de todas as pessoas a quem a vida de Natasha e Daniel tocaram naquele dia. Gostei bastante deste detalhe, como o livro se passa num só dia, conseguimos ter uma visão global de tudo. Há até uma personagem e um momento que são depois muito importantes no final do livro. Quantas vezes já não andámos na rua e olhámos para uma certa pessoa e imaginámos como seria a sua vida? Aqui a autora faz isso e adorei este outro lado da história. 

Todos estes pequenos pontos de vista também mostram uma filosofia do livro: a do universo (e daí o título). Aqui acabamos por reflectir que todas as nossas acções tem uma consequência e pode não ser directamente na nossa vida, mas pode influenciar a vida de alguém.

O romance também incita a reflexão de um amor racial entre uma negra e um asiático. Gostei disso e das questões que a autora levanta. 
Acho que ainda assim o mais importante aqui é o assunto da emigração da Natasha, de como ela se sente americana, porque desde os 8 anos que só conhece esta cultura e não tem muitas lembranças da sua vida anterior,embora por lei ela seja jamaicana. Faz-nos pensar realmente o que é afinal a nossa nacionalidade, aquela que está escrita num papel ou aquela que sempre conhecemos. 

Apesar de ser um romance (tal como o outro livro da autora) achei este segundo livro muito melhor, aborda muitos temas e passa muitas mensagens, para não falar das características das personagens que são bem diferentes dos típicos livros young-adult contemporaneos. 

Tendo já lido todos os livros desta autora, é esperar que ela escreva mais algum pois sem dúvida que quero ler mais coisas de Nicola Yoon.

A história de uma rapariga, um rapaz e o universo.
Natasha: Sou uma rapariga que acredita na ciência e nos factos. Não acredito no destino. Ou nos sonhos que nunca se concretizam. Não sou de todo aquele tipo de rapariga que encontra um rapaz simpático numa rua nova-iorquina cheia de gente e se apaixona por ele. Não quando a minha família está a doze horas de ser deportada para a Jamaica. Apaixonar-me por ele não será a minha história.

Daniel: Sou o bom filho, o bom estudante, correspondendo sempre às elevadas expectativas dos meus pais. Nunca fui o poeta. Ou o sonhador. Mas quando a vejo, esqueço tudo isso. Algo em Natasha faz-me pensar que o destino nos reserva, a ambos, alguma coisa muito mais extraordinária.

O universo: Cada momento das nossas vidas conduziu-nos a este momento único. Há um milhão de futuros perante nós. Qual deles se tornará realidade?


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