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Opinião Contemporânea: "Uma vida ao teu lado" de Nicholas Sparks

setembro 04, 2013 Mafi 0 Comments



Emocional, romântico e dramático, as características já conhecidas de Nicholas Sparks estão presentes neste livro. O que o torna tão diferente é a estrutura usada pelo autor, onde desta vez Sparks conta-nos dois relacionamentos, separados pelo tempo e pelos anos de vida mas com muito em comum. O primeiro é logo apresentado nas primeiras páginas, temos Ira que se encontra num estado de semi-consciência depois de ter um acidente de viação. De modo a ultrapassar os minutos que se transformam em horas, esperando por ajuda, começa a ter visões de Ruth, a sua mulher que falecera há anos atrás. Juntos revivem e relembram memórias do casal desde o namoro até à vida de casados. Intercalando com esta história temos a vida universitária de Sophie, estudante de História da Arte e de Luke, um jovem habituado a viver no mundo rural e a ganhar a vida montando em touros que gostam muito pouco de ser montados. Como disse acima, Sparks apresenta-nos logo 4 personagens, dois casais de duas gerações diferentes, sem ligação aparente mas que à medida em que a trama vai avançando vão criando uma teia que os une.

Uma Vida ao Teu LadoJá familiarizada com o estilo deste autor, a narrativa apresentada neste mais recente livro é o habitual de Sparks mas confesso que achei algumas descrições um pouco aborrecidas e perfeitamente dispensáveis e até admito que um ou duas páginas foram lidas na diagonal, tal era o pouco interesse que me captaram. Falando dos cenários apresentados no livro, gostei do ambiente rural que o autor introduziu e da vida dos torneios de cowboys, pois do que me lembro, acho que nunca tinha lido nada sobre este mundo e foi bom ver esta perspectiva, mais comum em séries e filme,  nas páginas deste livro. Apesar do mundo universitário e do dass fraternidades não ter sido muito aprofundado, o pouco que o autor apresentou encheu-me as medidas.

Entre os dois casais, o meu coração pendeu para o romance do par mais jovem, -Sophia e Luke - não só pelas personagens em si como pela relação muito aberta e sincera que ambos sempre mostraram. O amor começa com uma certa fragilidade pela parte de ambos, devido a relações passadas destinadas ao fracasso mas gradualmente vai crescendo e fortalecendo a conexão entre os dois. A par deste romance, a relação entre Linda, mãe de Luke com o filho é aquela relação que as mães terão sempre: proteger os seus progénitos de tudo e de todos. 

Não seria um livro de Nicholas Sparks se não tivesse tragédia e mesmo já tendo uma certa bagagem "Sparkiana", os desenvolvimentos que ocorreram a meio do livro conseguiram surpreender-me, principalmente o modo como o autor cruzou as duas histórias. Visto que a história do casal mais juvenil começar quatro meses antes do de Ira e Ruth, o ponto de encontro foi bem inserido e explicado e o que se sucedeu a partir daí teve alguma lógica, sincronizando o passado de Ira e Ruth com o presente de Luke e Sophia e inserindo uma lição de moral, já habitual na literatura deste autor.

Tenho apenas de deixar a minha nota de insatisfação quanto à capa. Acho-a muito básica e muito cinematográfica, mais parece por exemplo, um futuro cartaz do filme deste livro. A história pedia uma capa mais elaborada, esta não reflecte a história em si, na minha opinião.

Entrelaçando duas histórias de amor, Nicholas Sparks mostra mais uma vez o porquê do seu sucesso como contador de histórias de finais felizes. 




The Longest RideTítulo Original: The Longest Ride
Edição: Setembro 2013
ISBN: 9789892324418







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